Saudações Caros Amigos!
Bom, venho até mais este link de comunicação com a proposta de interagir com mais agilidade. Pretendo aqui criar um canal livre, aberto a idéias, críticas, debates ou apenas bate-papo, começarei esse post contando a vocês o que nos aconteceu nesses dias de estrada e Rock and Roll de Santa Catarina.
Essa idéia de uma “tour” por lá já vinha nos rodeando desde a gravação do primeiro disco, o Blues & Rock'n Roll de 2005, mas pela falta de verba na época ficou inviável, em 2007 começávamos o nosso segundo disco, então assim que conseguimos terminar todo o processo de gravação, fotos, divulgação, etc., concentramos nossos esforços a essa tour no litoral Catarinense. Lançamos o álbum no dia 06 de Out 2007, no empório Santa Maria, uma festa daquelas que você fica tão adrenado que não consegue dormir, é praticamente a recompensa de tanto esforço e tanto trabalho. Uma noite de gala, enfim nascia ali nossa nova semente, um "filho", como diria meu ex-Coordenador de curso da faculdade, Lino Tucunduva Neto: "Lamber a cria", de tanto orgulho de concluir uma fase primordial desse trabalho, o lançamento.
"O Nosso Rock" não é um nome a toa, apesar de nascer em uma brincadeira na sala da casa do Mano, em uma segunda-feira de carnaval quente sem nada pra fazer e na Tv rolando: "Compacto das Escolas de sambado RJ", podemos entender o porque do samba em sua introdução, confesso que não é um deboche, aliás acredito que pode ser considerado uma experimentação bem ousada, o Rock and Roll com o samba, tão famoso do Brasil.
Voltando a nossa Turnê; Então logo após o lançamento havíamos uma agenda para cumprir aqui na região, tocamos em algumas cidades como: Pato Branco, Medianeira, Assis Chateaubriand, onde podemos notar que apesar de tanto trabalho, ainda precisávamos (e ainda precisamos) aumentar a longetividade do disco.
Em Dezembro depois de fechar acordo com Rafael Minosso (Mananger), pegamos estrada, aliás, para quem acha que essa viagem é simples, fique sabendo que é uma aventura, ainda mais com uma Kombi 1984, que era do Corpo de Bombeiros, no mínimo podem nos chamar loucos (Por Rock and Roll); Mas chegamos no dia 10 de Dezembro, com direito a banho de mar em Meia Praia - Itapema e prosseguir até Florianópolis SC.
Lá Rafael havia feito uma agenda para gente, nossa primeira apresentação foi no Kiosque do Riozinho na praia do Campeche, aquele lugar foi batizado de "Nova Praia Mole", de tanto agito e mulheres bonitas, aliás, muitas mulheres lindas, precisávamos então montar, plugar e som na caixa, o que fizemos, começamos às 16h e paramos às 19:40h, (ufa!) Uma cervejinha, e um descanso merecido, conseguimos um espaço bacana com o Tasso, um grande amigo que deixou os quintais do Kioske na nossa agenda quase que semanalmente no verão.
Passamos ainda por casas como: Republika bar, Drakkar, Confraria Chopp da Ilha, Notório, e pudemos ainda fazer apresentações em Itapema, mesmo porque a agenda dessas casas são diputadas por bandas do Brasil inteiro no verão.
Ah! ainda não lhes contei sobre nossa morada, um lugar de fazer inveja a qualquer um: o Beco do Lampião, esse lugar nunca mais foi o mesmo, e nossa vizinhança era nossa família lá, Claudio "Gringo" um argentino gente fina de quem éramos inquilinos, nos cedeu o La Pedrera (casa famosa de Forró na Lagoa da Conceição) nas terças, quartas para ensaios, nossos problemas estavam se resolvendo, aos poucos.
Tocamos então no badalado Clube da Sinuca em Fevereiro, no próximo final de semana viria minha festa de formatura em Toledo, aliás para desencargo de consciência deixo claro que a distância entre Florianópolis e Toledo são de 850 Km, cerca de 13h de viagem com a Kombi carregada de instrumentos e integrantes, o que são necessários 110 litros de gasolina.
Tocamos na festa de formatura, e foi (desculpe a expressão): do caralho! Pois ninguém ficou parado ao som do Elvis, Beatles e Rolling Stones, desde os formandos aos convidados (Pais, Avós, Tias, Tios, etc.)
Voltamos a Florianópolis novamente, aquela velha história da distância, novamente chegamos bem sem mais alterações, mas sabíamos que iríamos voltar em Maio, até lá continuamos nosso trabalho, e percebemos que a temporada foi embora, e com ela os turistas, e quem chegava naquela altura do campeonato eram: Terremotos, Ciclone extra Tropical, Tromba d'água, enchentes, frio, e fortes ventos, tocamos em um bar onde havia 5 pessoas, o que não nos desanima para se apresentar, mas sim pelo nosso aluguel, água, luz, gás, mercado, etc..., pois ganhávamos por couvert (aliás o cara que inventou isso, bah!). Sabíamos que voltaríamos por dois motivos, pelos shows e pela cirurgia que o Fernandinho faria no dia 12 de maio, com o aluguel atrasado, com várias outras contas atrasadas, por decorrência do fim do verão, acionamos nossos contatos por aqui, e aproveitamos a vinda pra cá novamente.
Fechamos nosso primeiro show aqui em Toledo no Jack's Place Bar, o novo bar da cidade, para o dia 08/05 (era uma quinta-feira, hum para Toledo, uma quinta, hum), mas pegamos estrada novamente, mas dessa vez a kombi não parecia legal, apesar da revisão que fizemos por lá (e não indicarei o mecânico, é lógico!); Quando estávamos na Br 101 podíamos escutar o eco nos paredões de concreto da via as bielas batendo nos cabeçotes, um som indescritível, que só ouvindo para saberem do que se trata; Paramos então para a primeira abastecida antes da serra, quando fomos abrir a tampa do motor, bah! Era óleo pra todo lado, e imediatamente uma poça se fez debaixo do motor, uma cena horrível. Naquele momento soube da hipótese de podermos ficar na estrada; "Completa o óleo?" perguntou o frentista, e eu: “Com certeza!”. Acreditem vocês que ainda subimos a serra, em segunda marcha, mas conseguimos, e em cada parada o dilema aumentava, ao total foram 3 litros de óleo (sabendo que lá só cabem 2,5 litros), bom finalmente o esperado aconteceu às 17h da tarde do dia 05/05 a cerca de 3 Km de Cantagalo Pr, fundiu o motor. Bah! Na hora imaginei o prejuízo, conseguimos uma escolta com os Senhores: Maziero e Meneghini (Santos Velhinhos) até Toledo com os instrumentos, chegamos aqui eram 04 da manhã do dia 06, com frio, fome e parecendo o Srs. Imundos.
Nesse episódio o nosso baterista Carlos Scherer estava trabalhando, onde tirou a sorte de arrumar um grande emprego, posso explicar: Em um domingo desses nublados e chatos o Laércio acordou cedo, e foi buscar um jornal enquanto nós tomávamos chimarrão com nossa vizinha Lu, aliás, naquele beco saíram "Altos Rangos", ainda lembro bem quando servíamos a mesa, a Lu já dizia: "Mesa dos inocentes" ou a minha preferida: "Isso que é felicidade!". A Lu foi uma grande parceira, além de marketeira, vendia cd's nos nossos shows como cerveja, voltando ao assunto e ao Laércio, que folhou as páginas procurou alguns anúncios, umas notícias e largou o jornal, o Carlão o pegou e procurou (principalmente no classificados) e colocou de volta na mesa, o Laércio pegou novamente e falou: “Você não viu isso, esse anúncio chega estar gritando seu nome” rasgou o jornal que dizia: "Precisa-se desenhista de autocad" da Clemar engenharia, onde no domingo enviou seu currículum por e-mail. Na segunda de manhã já entraram em contato, e na quarta feira já estava empregado.
Na hora das decisões, pois sabíamos que mais cedo ou mais tarde íamos voltar, o emprego do Carlão pesou, e ele optou por tentar a vida lá, o que desejamos sorte a ele do fundo do coração.
Bom, explico tudo isso aqui para todos aqueles que acharam, ou acham que tínhamos ido embora, ou que perguntam: "Vocês não estão em SC?" e eu respondo "Não, pois como posso estar aqui e lá ao mesmo tempo", o que fizemos foi uma turnê, onde fizemos um trabalho intenso de divulgação em programas de rádio, tv, jornal, bares e casas de show.
A vida na música não é fácil, ainda mais para os Roqueiros, temos que a toda hora provar nosso valor, e às vezes parece que é tão difícil crescer. Pois há um ano e meio perdíamos o nosso vocalista: François Adames, que também optou por se concentrar em outros projetos longe dos D'Xavantes, o que encaramos e continuamos a luta, e novamente perdemos mais um membro da irmandade: Carlos Scherer. Bom, vamos lá, em breve divulgaremos o nome de seu substituto, ainda que: "O Show não pode parar".
Então, me despeço ao som de Stray Cat Blues dos Rolling Stones Beggars Banquet 1968!
Keep on the Rock!